segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Na margem da Rua

Dia 19-02-11 Aniversário da Luiza, as 5:30 da manhã estava eu Tom Ju e Luiza estávamos voltado do Cana atrás de nós vinha um casal de homossexuais sozinhos um menino e uma menina quando estávamos a poucos metros do ponto de ônibus  fomos abordados por 6 garotos todos pré adolescentes todos negros todos pobres.
- Ou... para ai mermão!
Não paramos continuamos a andar como se eles não estivessem ali
- Kolé! Não ouviu não?! PARA AI PORRA!
O clima ficou tenso,um dos garotos tentou tirar a força a bolsa da minha amiga ela resistiu eu fui pra cima do garoto ele desistiu de pegar a bolsa os garotos ficavam cada vez mais alvoroçados o menino que tentou tirar a bolsa dela me olhou nos olhos e segurou a arma que tinha na cintura, a partir daquele momento tudo mudou uma coisa são seis moleques outra coisa são moleques armados pensei comigo foi ai que diminui o ritmo das passadas.
- Calma ai mano...
- Calma ai o caralho vem aqui!
Ele segurou na gola da minha camisa e foi me arrastando pro canto da rua enquanto isso os outros nos rodeavam levei uns socos na cabeça, o garoto que segurava minha gola era justamente o garoto que estava armado e naquele momento eu pensava o tempo todo "reagir/não reagir/reagir/não reagir" ele tentou me dar um soco eu desviei, tentou de novo desviei mas dessa vez acertou meu pescoço, confesso que nem sentia a investida do garoto ele devia ter uns 14 anos era fraco,outro garoto vendo que o menino estava com dificuldade foi ajuda-lo ai já eram dois em cima de mim, o Tom veio pro meu lado e disse :
- Ou larga ele...
Isso foi o suficiente pra mim, tirei com força a mão do garoto da minha camisa arranquei com violência meu corpo pra traz  e sai de perto  a essa altura já estava todo mundo em estado de alerta total eu olhei para as meninas e disse:
Corre...
Assim elas o fizeram, Tom e eu continuamos andando em passos rápidos, mas passos mesmo assim, sem correr, só andando com um pouco mais de pressa que o habitual. Eles ficaram onde estavam não foram atrás da gente se contentaram em jogar uma pedra e pronto...Acabou.
A Ju com os olhos cheios d'agua com voz embargada de choro me abraçou sem parar de andar.
- Eles te machucaram amigo?
- Não claro que não,nem senti...
- Machucaram sim...
E chorava, chorava.
- Não, claro que não,deixa disso Ju vão bora já acabo já...
Não queria deixar as coisas piores que estavam agi com a maior naturalidade do mundo como se aquilo já estivesse previsto, como se tivesse acontecido 100 vezes.O Tom nessa hora sentou na calçada, ele tremia e chorava mas de primeira instância já se percebia que era um choro de revolta e um tremor de raiva ele queria voltar e espancar aqueles garotos um por um,claro que a gente impediu.
- Calma Tom não vai adianta nada você i lá.
- É cara, relaxa já foi, já passo tá de boa já.
- Tom, para com isso você não vai volta lá!
Nós o levantamos da calçada e continuamos em direção ao ponto,várias vezes ele parou no âmbito de voltar pra lá e fazer o que ele pensou em fazer ou o que ele faria sem pensar. Chegamos no ponto chocado com tudo que tinha acontecido.
- Ainda bem que foi a gente, se fosse aquele casal de gays eles não teria chance, eles estavam bem atrás da gente e conseguiram fugir sem serem notados.
- É... Nós éramos mais...
Chegou o ônibus,entramos o Tom não parava de chorar repetia o tempo todo.
- As meninas... Podia ter acontecido alguma coisa...Porque ele não bateu em mim?...Porque vocês não correram antes?...
Isso sim me doeu o coração, isso sim me deu vontade de chorar, era de rasgar o coração ver as lágrimas nos olhos dele que desciam por nossa causa, lágrimas de preocupação do que poderia ter acontecido, lágrimas de revolta por não ter acontecido nada com ele.
Chegou meu ponto dei sinal.
- Lu...Feliz aniversário! (um sorriso amarelo nos lábios) Ju...Boa noite moça bom te ver.(um breve silêncio) Tom...olha pra mim... (ele não conseguia quanto mais se forçava a olhar mais ele tinha que prender o choro) olha pra mim...(ele não olhava,perdi o ponto,decidi não pressionar) Tom... fica bem moço.
Dei-lhe um beijo na testa e desci. Só depois que vi o portão da minha casa que comecei a chorar pensando no que tinha acontecido foi rápido as lágrimas nem chegaram a escorrer do rosto quando decidi parar. Pensei não vou desperdiçar minhas lágrimas com coisas como essas minhas lágrimas são reservadas para as coisas boas e somente as coisas boas. Parei. Foi assim fácil,cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi jogar minha camisa rasgada no chão não queria aquilo no meu corpo, pra ser sincero nem sei se a usarei de novo. Abri o notebook e escrevi tudo... agora...6:40 da manhã o dia já esta claro e tudo virou história mas se eu resumisse

"Eu vi a cara da marginalidade e ela esta a margem de mim"

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Homenagem aos segundos

Existe uma força que nos dá todos os dias 86.400 oportunidades de fazermos o que quisermos.Todas novas manhãs, abrindo os olhos ou não, ganhamos todas essas possibilidades de presente, assim fácil, sem fazer esforço ou ter que dar algo em troca, cabe a nós apenas, aproveitar ao máximo essas oportunidades, pois são únicas. São intransferíveis sem direito a troca, acumulo ou volta, no fim do dia elas se esvaem tão efêmeras e fáceis quanto apareceram,o nome dessa força é Tempo. É incrível pensar que todos os dias ganhamos 86.400 segundos para aproveita-los e desperdiça-los como quisermos."O tempo é o maior tesouro que o homem pode dispor, e embora inconsumível o tempo é o nosso bem de maior grandeza, não tem começo nem fim.".
Quer saber o valor de uma mês? Pergunte a uma mulher grávida que teve um filho prematuro.
Quer saber o valor de uma semana? Pergunte a uma familia que só se reúne aos domingos.
Quer saber o valor de uma hora? Pergunte aos amantes que esperam pra se ver.
Quer saber o valor de um minuto? Pergunte a alguém que perdeu o vôo.
Quer saber o valor de um segundo? Pergunte a mim...
Que carrego a certeza que cada segundo de cada minuto de cada dia valeu a pena... Que sei que quatro meses podem dilatar-lhe os olhos e te fazer enxergar mais o mundo, é ter cada vez mais motivos pra ser melhor melhor e melhor.
E esse tempo que parece que... Para...
Sim para... Quando vejo a constelação dentro de um quarto, para quando me perco no branco daqueles olhos, para quando suas cores me afogam e minhas lágrimas escorrem.
Param porque nesse momento o tempo é meu, e não importa que os segundos passem, e que as coisa se transformem, aqueles segundos são eternos, e nada pode mudar a intensidade e o arrebatamento que aqueles segundos causaram em mim naquela hora. Desses segundos faço-me, e quando paro pra pensar na vida, vejo que sou uma colcha de retalhos, que as melhores partes estão espalhadas por ai. Cada um desses 10368000 segundos que passei com você me contam histórias, poesias, cor e coragem, de uma realidade que por vezes nem parece real.
Nesses dias, a lua é sempre cheia, assim como a maré.
Nesse dia, esses dias se mostram claros como a lua cheia
Nessa lua 18, desses dias cheios...
De brilho.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Poesia sem nome



O menino brinca de ser príncipe
Brinca de ser herói
Brincando assim ele faz
O que é sonho ser real
Ele segura minha mão
E eu posso tocar o céu
Eu já consigo ver as estrelas
Da minha casa sem teto
Enfeito meu vestido com flores e querubins
Só pra ver ele sorrir
Vou me esconder no seu peito
Aninhar-me nos seus cabelos
Ele é o menino príncipe
Que um dia eu sonhei pra mim.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Parte em branco

O dia inteiro fiquei pensando nela, não conseguia escrever, ai essa poesia!
Fazia  e desfazia. TANTAS VEZES que nem sei dizer.
Por fim, comecei.
Eu a pintava em cores que não eram as suas mas pintava assim mesmo, só pintava simplesmente, sem pensar qual a cor certa, sem querer deixar bonito. Só pintar.
Sem duvida, ou eufemismo, ou medo do que você vai pensar, fazia os traços com força, amassava a folha,
pintava mais, mais, mais. A folha amassava e ficava cada vez mais frágil molhada de tinta, por vezes
rasgava aqui ou ali. Terminei, olhei a poesia que tinha acabo de escrever com palavras que só encontro no
meu estojo de guache e nos lápis de cor.  Pensei... "Não". Rasguei a folha, "Tá feio" Rasguei mais ainda, uma tarde inteira eu rasguei. Nunca pensei em jogar fora, nunca pensei que fosse um desperdício, na verdade, rasguei porque achei que ficaria mais bonito rasgado. Foi quando vi a parte branca. Juro que levei um susto quando vi, aquela parte em branco,que me olhava fundo, muito fundo dentro de mim. Ali  percebi a delicadeza do seu olhar,a minuciosidade dos traços a beleza das cores, a pureza do branco. Ahh... Aquele branco do seu olho. Tão lindamente puro quanto a própria cor branca que há nele.
Me sinto olhado agora. Talvez seja a minha forma desesperada de encontrar seu olhar.
Desde que terminei não paro de olhar...

Essa parte em branco que diz tudo, simplesmente por não ter nada escrito...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

. . .

Deixo meu silêncio... Meus três pontos... Negativos, pontos pequenos no papel mas enormes na vida. Tão grandes quanto os meus olhos quando souberam, tão repetitivos quanto as batidas do meu coração, forte, forte, forte, tão incômodos quanto a noite que passei em claro. Deixo meu silêncio porque é esse o som aqui, é só ele que repete em mim. Escrevo meu silêncio porque só meu silencio pode dizer o que eu sinto enfim...
 O olhar pra baixo, a passada lenta, a introspecção, naquela hora nada em mim falava...




     . . .

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Capa Lisa...

Hoje pude ver seu caderno foi... Inebriante... Poder te ver tão de perto tão nua ali naquele caderno, as orações da sua mãe, que te marcam em páginas e mais páginas, as poesias para os amigos, as anotações o teatro, os rascunhos, os pensamentos que hora se formam hora são rasurados, as metas que desejas. Nada pra mês que vem, nada pra ano que vem, só metas pra hoje ou amanhã de manha...Eu...Quando me vi naquele caderno já não via mais nada só o caderno, olhar para ele era como olhar pra você, é como se finalmente você inteira coubesse na minha mão. Era finalmente poder abraçar seu corpo todo de uma só vez... Quanta cor! Meu Deus quanta cor! Olhava e via não as letras escritas com pressa, mas sim as idéias que as letras guardavam, a beleza das palavras era tamanha que mal se dava pra notar que essas mesmas palavras não seriam entendidas se lidas por outras pessoas. Que orgulho... Entender.
É pegar um caderno e deslumbrar tudo que aquele caderno pode oferecer,todas as palavras orações poesias rasuras e páginas em branco... Sim, me deslumbro com as páginas me branco, elas dizem que ainda nelas haverá o que dizer. Dizem que o caderno não acaba ali, que ainda há muita coisa a ser escrita, criada, rasurada e colorida. É o potencial de uma página em branco. Páginas essas que terei prazer em ajudar a preencher se assim for. A capa lisa em branco com poucos traços ondeados de caneta azul, simples como a descrição, guardam um conteúdo infinito de cores poesia e páginas em branco, conteúdo que não sei chamar de outra coisa senão Kaline.