sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Cigano

Eu esqueço meus versos, sempre deixo que escapem porque estou ocupado demais limpando a cozinha ou fazendo a janta.
Estou sempre ocupado demais varrendo a casa e dobrando as roupas do varal.
E tenho medo de não me encontrar mais, porque cansei de esperar por mim mesmo.
Mas hoje eu ouvi seu uivo, senti seu cheiro, vi a cor daquela parte viva que você roubou de mim nas noites que conversamos.
Senti saudade do seu torpor,seu olhar de lobo, e como erupção senti a falta do teu jeito de falar de amor, de liberdade, de magía de futuro, do caralho a quatro! Do caralho de quatro, senti saudade do tempo em que me assustava com isso, senti falta do rubor que você me causava.
Da embriagues que era tão novidade.
Da inocência, Amiga que não vejo a tempo.
Saudade do teu léxico. Da tua sujeira tão poética e lirica.
Do teu fogo incompreendido, da tua profundidade abissal que não permite que minha superfíce enxergue.
Saudade da tua mão.
Do que você costumava dizer sobre liberdade e amor.
Saudade de mim.
Daquele eu que você roubou de mim naquelas noites.
O vinho dessa noite me trouxe você. Espontâneo e fugas.
Quero do teu vinho e ver meu futuro nas tuas cartas ciganas. Quero teu gosto na minha boca.
E ainda assim, quero sem querer...

Nenhum comentário:

Postar um comentário