sábado, 19 de outubro de 2013
Raizes
Que orgulho tenho hoje de ver toda essa força germinada.
Me lembro ainda quando éramos sementes, e que devagar esticávamos nossos pequenos e transparentes ramos pela terra úmida.
Eu estava lá.
Eu vi!
E inúmeras vezes contemplei as frágeis folhas se formando. Os primeiros e tímidos botões de flor eu vi saltar. E tantas vezes eu te reguei com o carinho de afeto que tanto te alimenta.
Hoje, já maior, plantada em boa terra, evolui e cresce, cria novas ramificações, e como um polvo florido abre espaço entre as pedras, quebra as madeiras do palco e transcende tua arte.
O pequeno cachepô da ribalta já não é o bastante pro teu jardim.
Eu vislumbro! Olho de longe seu desenho cada vez maior no horizonte, e saudoso, me lembro do tempo em que estava tão perto que me machucava em seus espinhos, suas ranhuras, mas saiba que nunca deixei de sentir teu perfume. O vento não me deixa esquecer.
E ainda guardo com carinho as sementes que ainda iremos plantar.
É lindo ver aquela tão frágil semente germinando em tamanho pé de potência.
E teus frutos hão de ser colhidos.
Enquanto não, continua teu eterno movimento de abraçar toda a terra e alcançar o céu, dança com a visita do vento e canta com as folhas sua canção.
Saudade de abraçar seu tronco.
Sentir teu couro, quebrar teu casco, tropeçar nas tuas raízes.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Cigano
Eu esqueço meus versos, sempre deixo que escapem porque estou ocupado demais limpando a cozinha ou fazendo a janta.
Estou sempre ocupado demais varrendo a casa e dobrando as roupas do varal.
E tenho medo de não me encontrar mais, porque cansei de esperar por mim mesmo.
Mas hoje eu ouvi seu uivo, senti seu cheiro, vi a cor daquela parte viva que você roubou de mim nas noites que conversamos.
Senti saudade do seu torpor,seu olhar de lobo, e como erupção senti a falta do teu jeito de falar de amor, de liberdade, de magía de futuro, do caralho a quatro! Do caralho de quatro, senti saudade do tempo em que me assustava com isso, senti falta do rubor que você me causava.
Da embriagues que era tão novidade.
Da inocência, Amiga que não vejo a tempo.
Saudade do teu léxico. Da tua sujeira tão poética e lirica.
Do teu fogo incompreendido, da tua profundidade abissal que não permite que minha superfíce enxergue.
Saudade da tua mão.
Do que você costumava dizer sobre liberdade e amor.
Saudade de mim.
Daquele eu que você roubou de mim naquelas noites.
O vinho dessa noite me trouxe você. Espontâneo e fugas.
Quero do teu vinho e ver meu futuro nas tuas cartas ciganas. Quero teu gosto na minha boca.
E ainda assim, quero sem querer...
Estou sempre ocupado demais varrendo a casa e dobrando as roupas do varal.
E tenho medo de não me encontrar mais, porque cansei de esperar por mim mesmo.
Mas hoje eu ouvi seu uivo, senti seu cheiro, vi a cor daquela parte viva que você roubou de mim nas noites que conversamos.
Senti saudade do seu torpor,seu olhar de lobo, e como erupção senti a falta do teu jeito de falar de amor, de liberdade, de magía de futuro, do caralho a quatro! Do caralho de quatro, senti saudade do tempo em que me assustava com isso, senti falta do rubor que você me causava.
Da embriagues que era tão novidade.
Da inocência, Amiga que não vejo a tempo.
Saudade do teu léxico. Da tua sujeira tão poética e lirica.
Do teu fogo incompreendido, da tua profundidade abissal que não permite que minha superfíce enxergue.
Saudade da tua mão.
Do que você costumava dizer sobre liberdade e amor.
Saudade de mim.
Daquele eu que você roubou de mim naquelas noites.
O vinho dessa noite me trouxe você. Espontâneo e fugas.
Quero do teu vinho e ver meu futuro nas tuas cartas ciganas. Quero teu gosto na minha boca.
E ainda assim, quero sem querer...
Assinar:
Postagens (Atom)