segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

sindrome de estocolmo

Eu quero um pouquinho de mim também.
Quero não ser um estranho pra mim mesmo.
Quero me deixar levar pros caminhos que eu me conduzir
Aceitando com boa fé e alegria descontraída meus defeitos,
E abrir espaço pra saborear plenamente minhas doses de virtudes, sem beber três ou quatro copos dos meus defeitos em seguida.
As pessoas que sentem minha falta me repreendem com razão por não visitalas.
Mal elas tem idéia de quanto tempo não me visito.
Quanto tempo não tomo um "cafézinho" comigo mesmo.
Quanto tempo não me dou nem bom dia, nem boa noite.
Não me confio mais.
Estou aprendendo a cada novo mês o quanto não confiavel sou eu.
E quando me encontro, me critico, falo mal da direção dos meus olhos.
E encho a boca pra dizer o quanto minha presença é vazia!
e pra todo o resto...
E quero assim por enquanto. distancia de mim.
Me forço a querer! quero saber o que sobra disso, desse bixo, dessa coisa, dessa matéria, dessa entidade, que sou eu.
Mas com a certeza que quando eu quiser... quando eu quiser abrir minhas pernas pra mim mesmo, quando eu quiser me babar, me comer e me lambuzar inteiro, eu posso. Eu sou muito dado pra mim.
Eu sou fácil pra mim, Puta!
Mas por enquanto, me evito, faço a linha.
Sou refem de mim mesmo.
Me tranco atráz de janelas anti som.
É pra não ouvir o que aquele outro eu tem a dizer.
Apesar de saber o quanto aquele que eu tranco é encantador, e poético e mágico, e humilde e limpo, o quanto é infantil e ingênuo e puro e generoso e radiante e alegre e filho da puta e sujo e venenoso e hipócrita miseravel...

Olha ai...
olha eu me evitando de novo de novo...

sábado, 19 de outubro de 2013

Raizes



Que orgulho tenho hoje de ver toda essa força germinada.
Me lembro ainda quando  éramos sementes, e que devagar esticávamos nossos pequenos e transparentes ramos pela terra úmida.
Eu estava lá.
Eu vi!
E inúmeras vezes contemplei as frágeis folhas se formando. Os primeiros e tímidos botões de flor eu vi saltar. E tantas vezes eu te reguei com o carinho de afeto que tanto te alimenta.
Hoje, já maior, plantada em boa terra, evolui e cresce, cria novas ramificações, e como um polvo florido abre espaço entre as pedras, quebra as madeiras do palco e transcende tua arte.
O pequeno cachepô da ribalta já não é o bastante pro teu jardim.
Eu vislumbro! Olho de longe seu desenho cada vez maior no horizonte, e saudoso, me lembro do tempo em que estava tão perto que me machucava em seus espinhos, suas ranhuras, mas saiba que nunca deixei de sentir teu perfume. O vento não me deixa esquecer.
E ainda guardo com carinho as sementes que ainda iremos plantar.
É lindo ver aquela tão frágil semente germinando em tamanho pé de potência.
E teus frutos hão de ser colhidos.
Enquanto não, continua teu eterno movimento de abraçar toda a terra e alcançar o céu, dança com a visita do vento e canta com as folhas sua canção.
Saudade de abraçar seu tronco.
Sentir teu couro, quebrar teu casco, tropeçar nas tuas raízes.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Cigano

Eu esqueço meus versos, sempre deixo que escapem porque estou ocupado demais limpando a cozinha ou fazendo a janta.
Estou sempre ocupado demais varrendo a casa e dobrando as roupas do varal.
E tenho medo de não me encontrar mais, porque cansei de esperar por mim mesmo.
Mas hoje eu ouvi seu uivo, senti seu cheiro, vi a cor daquela parte viva que você roubou de mim nas noites que conversamos.
Senti saudade do seu torpor,seu olhar de lobo, e como erupção senti a falta do teu jeito de falar de amor, de liberdade, de magía de futuro, do caralho a quatro! Do caralho de quatro, senti saudade do tempo em que me assustava com isso, senti falta do rubor que você me causava.
Da embriagues que era tão novidade.
Da inocência, Amiga que não vejo a tempo.
Saudade do teu léxico. Da tua sujeira tão poética e lirica.
Do teu fogo incompreendido, da tua profundidade abissal que não permite que minha superfíce enxergue.
Saudade da tua mão.
Do que você costumava dizer sobre liberdade e amor.
Saudade de mim.
Daquele eu que você roubou de mim naquelas noites.
O vinho dessa noite me trouxe você. Espontâneo e fugas.
Quero do teu vinho e ver meu futuro nas tuas cartas ciganas. Quero teu gosto na minha boca.
E ainda assim, quero sem querer...

terça-feira, 30 de abril de 2013

Dormente

Dormente sem dor é mente.
Dormente sem mente é dor.
Se tirar dor de dormente...
Dormente fica sem dor.

domingo, 24 de março de 2013

Dorflex

Quando percebi que ia ser assaltado a uma quadra da minha casa, eu fui até o ladrão, dei boa noite, apertei a mão perguntei o nome.
Expliquei que não tinha dinheiro e que não tinha celular comigo, que eu era estudante e que também ta foda a situação pra mim.
Ele não esperava que eu realmente fosse dar atenção, nem trata-lo com a cordialidade que eu o fiz, ele na verdade ficou meio anestesiado com minha reação, disse que tava desesperado e perguntou se eu não tinha nenhum remédio de dor muscular. Eu respondi que eu tinha em casa, que era pra ele me acompanhar, passamos juntos por uma rua deserta, só nos dois, e ele não foi nenhum pouco hostil em momento nenhum.
Chegamos na porta do meu condomínio, eu disse a ele que era pra me esperar e que não saísse dali que eu voltaria.
Cinco minutos depois eu voltei com um pacote de remédio pra aliviar a dor muscular e um pacote de macarrão o Rodrigo, meu assaltante já tinha ido embora, eu dei uma volta no quarteirão procurando por ele mas nada, ele sumiu.
Meu assaltante não cofiou em mim.
...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Com o tempo.

Com o tempo, a gente vai percebendo que pra ser feliz com alguma coisa,você precisa, em primeiro lugar, não depender dela.

Quando tudo parecer incerto, lembra que a noite é mais escura antes do dourado raiar do sol.
E que é da lama que se garimpa o ouro.
No final você vai achar...
Se não achar o que estava procurando, certamente achará o que estava procurando por você!