quinta-feira, 3 de maio de 2012
Talvez
E se eu morresse assassinado por uma pessoa que me amou muito?
Bem...
Em primeiro, eu sentiria frio e desconforto,a vida sempre pareceu quente e aconchegante pra mim. Não o tempo todo lógico mas não é esse o assunto.
Em segundo eu tentaria juntar o máximo de ar possível, pra dizer que é um privilégio morrer assim.
Imagine quantas pessoas tem o privilégio e a honra de ser morta por um motivo desses? Amor.
Parece nobre não é?
De imediato eu perdoaria a pessoa,pois se me amará tanto deve ter sido reciproco. Amor não floresce sem reciprocidade.
Em seguida agradeceria o ato. Afinal, a morte chega a todos não é mesmo?
De terceiro?
...
De terceiro eu...
Eu diria que é uma pena minhas poesias não não serem publicadas ou reconhecidas mundialmente...Ah! O reconhecimento dos meus amigos em vida me ajudaria a aceitar com mais facilidade a morte. Ajudaria também o fato de eu saber que vivi minha vida intensamente, tão intensamente a ponto de ser morto por essa própria intensidade.
Isso sim seira um crime bonito, não deixaria de ser crime óbvio, nem digo que seria justo, ou conveniente...
Mas seria poético...
Traria consigo todo esse lirismo dramático, ardentemente gélido de caráter romântico.
Sádico talvez.
Talvez casto...
Talvez a essa altura eu já estivesse morto. Talvez já não conseguisse dizer mais nada, talvez já estivesse nos braços gelados da morte...
Talvez a essa altura ela me parecesse tão obvia quanto a vida.
Estar vivo parece óbvio né...
Talvez...
Talvez todos já tenhamos morrido e não sabemos...
Talvez...
Talvez.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom bastante simples e complexo. Uma junção de equilíbrios.
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